terça-feira, 21 de junho de 2011

Estágio na EJA (AD2, AP1 e AP2)

Plano de Aula 1


1. Ano de escolaridade: 1ª fase da EJA

2. Faixa etária: À partir de 14 anos

3. Objetivos: Levantar hipóteses sobre a escrita das palavras; Reconhecer as letras iniciais e finais das palavras; Identificar o nº de letras das palavras; reescrever as palavras

4. Conteúdos: Quantificação de letras e reescrita de palavras

5. Metodologia aplicada: Aula expositiva dialógica

6. Recursos utilizados: Cartaz com provérbios populares, folha de registro de atividade

7. Atividades desenvolvidas: decifração de provérbios populares mediante pistas; Composição coletiva dos provérbios populares

8. Atividade de avaliação: Registro escrito onde foram identificadas as primeiras e as últimas letras das palavras selecionadas, e reescrita das palavras

9. Bibliografia utilizada: A atividade é de autoria própria. As pesquisas feitas sobre os planos de aula foram realizadas no Portal do Professor
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=8293


Plano de Aula 2


1. Ano de escolaridade: 2ª fase de EJA

2. Faixa etária: à partir de 14 anos

3. Objetivos: Desenvolver a capacidade de atribuição de sentido ao texto; Identificar o nº de sílabas das palavras.

4. Conteúdos: Os significados dos provérbios populares e a divisão silábica das palavras.

5. Metodologia aplicada: Aula expositiva dialógica.

6. Recursos utilizados: Textos confeccionados em papel 40 quilos; Folha de exercício para registro escrito.

7.Atividades desenvolvidas: Interpretação de texto; separação em sílabas das palavras.

8. Atividade de avaliação: Exercício em folha de registro a fim de verificar a percepção dos alunos quanto ao nº de sílabas das palavras destacadas nos provérbios populares.

9. Bibliografia utilizada: A atividade de autoria própria, foi construída mediante pesquisa no Portal do Professor.
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=8293


Relatório de construção do Plano de Aula
Polo de Angra dos Reis

1. Justifique a escolha do tema e da metodologia apresentados nos planos de aula:


Introdução:


Os provérbios populares, fazendo parte dos saberes dos alunos da EJA oferece ao processo pedagógico, excelentes possibilidades para a ampliação dos conhecimentos do público alvo dessa modalidade de ensino. O plano de aula foi planejado à partir das freqüentes falas dos alunos dos provérbios populares A estratégia pedagógica visa aprofundar a análise dos alunos quanto aos significados dos provérbios populares, bem como auxiliá-los quanto à efetuação da separação em sílabas, das palavras que foram destacadas nos provérbios populares.


Desenvolvimento:

A atividade terá início com a citação de um provérbio popular. No diálogo com os alunos será pedido que os mesmos citem outros provérbios, estimulando-os quanto às suas respectivas interpretações. Após será proposto aos alunos que mediante algumas pistas (palavras chaves), os mesmos descubram os provérbios popular que lhes serão apresentados. Quando decifrarem os provérbios, os alunos farão a interpretação oral dos mesmos. Em seguida os algumas palavras nos provérbios serão destacadas as quais deverão ser separadas em sílabas pelos alunos numa folha de registro escrito.


Conclusão:

A execução da atividade deverá ser realizada de forma conjunta e participativa dos alunos promovendo assim a interação dos alunos com os seus pares. Os alunos deverão ser estimulados quanto à capacidade de análise, levantando suas hipóteses com liberdade, num clima de alegria e descontração, o que certamente facilitará as aprendizagens dos alunos.
Auto Avaliação:

A percepção e a valorização do cotidiano dos alunos da EJA propiciou o desenvolvimento da estratégia pedagógica, que sendo significativa aos alunos, possibilita a promoção de um movimento de ampliação de saberes, o que equivale ao alcance dos objetivos do processo pedagógico.

Projeto de Pesquisa da Elzinha

Tema

A música para acalmar


Introdução

A Educação Infantil, primeira etapa da educação básica, ocupa lugar de grande relevância na vida de crianças da faixa etária compreendida entre 0 e 6 anos. Entretanto, por ser a primeira experiência da criança em um espaço e com pessoas totalmente desconhecidas à ela e com o agravante da separação da família, o momento de seu ingresso neste nível de ensino, gera na mesma uma sensação de solidão e insegurança, significando para a criança uma importante ruptura. Em conseqüência disto, o ingresso da criança na Educação Infantil, gera várias reações de protesto por parte das crianças incluindo: agitação, agressividade, recusa em dormir, em alimentar-se e principalmente, choro excessivo. Diante de tal realidade enfrentada pela criança e pelos profissionais da Educação Infantil, torna-se oportuna a descoberta de estratégias que possam intervir no processo de adaptação da criança, de modo que o ingresso da mesma na Educação Infantil aconteça de forma menos traumática para ela. A reflexão sobre as possíveis estratégias de intervenção quanto ao fato, fez emergir o interesse sobre as contribuições oferecidas pelo trabalho com a música no interior das instituições de Educação Infantil. No decorrer da pesquisa sobre as possibilidades de trabalho com a música, houve uma ampliação de perspectivas, o que promoveu um distanciamento do caráter meramente utilitarista do trabalho com a música, inicialmente vislumbrado.

Justificativa

A inquietação gerada na criança que chega à primeira etapa da educação básica, a Educação Infantil, despertou o interesse pela pesquisa sobre intervenções pedagógicas que sejam mediadoras de um processo de construção de saberes, com vistas à superação dos conflitos vivenciados pelos pequeninos, num momento de tamanha importância para os mesmos, ou seja o seu ingresso na Educação Infantil. O reconhecimento sobre a importância do desenvolvimento dos aspectos físicos, afetivos, emocionais, cognitivos/ lingüísticos e sociais, presentes na criança justifica a preocupação em que se estabeleçam pontes de interação das crianças com seus pares e com os profissionais educadores que atuam na Educação Infantil. Nesse sentido, a música surge como uma significativa possibilidade de trabalho.

Objetivos

- Construir um conjunto de conhecimentos teóricos sobre o significado da música e suas possíveis aplicações práticas no cotidiano da Educação Infantil;
- Contribuir para o desenvolvimento de seres sensíveis, criativos e nutridos de valores como, amor, carinho, respeito e compreensão.

1 – Música
1.1 – O que é música?

Muitas são as construções conceituais sobre a música mas de uma forma geral, a música é considerada como ciência e arte. Segundo Bréscia (2003), a música é uma linguagem universal, cuja participação na história da humanidade, desde as primeiras civilizações é algo pontual. Segundo dados antropológicos, as primeiras músicas teriam sido usadas em rituais como, casamento, nascimento, morte, recuperação de doenças e fertilidade. Com o desenvolvimento das sociedades, a música passou também a ser utilizada em louvor à líderes, como a executada nas procissões reais do Egito e da Suméria. Houaiss apud Bréscia (2003, p.25), conceitua a música como “[...] combinação harmoniosa e expressiva de sons e como arte de se exprimir por meio de sons, seguindo regras variáveis conforme a época, a civilização, etc”. Assim, a música enquanto construção histórica, ocupa lugar de grande relevância nas diversas culturas que permeiam as sociedades.

1.2 – Os elementos da música

De acordo com Weigel (1998, p.10), “os quatros elementos básicos que compõem a música são: som, ritmo, melodia e harmonia. Som são as vibrações audíveis e regulares de corpos elásticos, que se repetem com a mesma velocidade, como as do pêndulo do relógio. As vibrações irregulares são denominadas ruído. Ritmo é o efeito que se origina da duração de diferentes sons, longos ou curtos. Melodia é a sucessão rítmica e bem ordenada dos sons. E finalmente, harmonia é a combinação simultânea, melódica e harmoniosa dos sons. Considerando os elementos básicos da música, Wlhens apud Gainza (1987, p.36), afirma que: “Cada um dos aspectos ou elementos da música corresponde a um aspecto humano específico, ao qual mobiliza com exclusividade ou mais intensamente. O ritmo musical induz ao movimento corporal, a melodia estimula a afetividade, a ordem ou a estrutura musical (na harmonia ou na forma musical), contribui ativamente para a afirmação ou para a restauração da ordem mental no homem”.
Desta forma é possível perceber que a música relaciona-se ao se humano, interferindo diretamente sobre as percepções e reações produzidas pelo mesmo.

2 – A relação da criança com a música
2.1 – No pré e no pós-natal

Pesquisas revelam a relação entre a criança e a música antes mesmo de seu nascimento. Quando ainda no útero materno, o bebê ao conviver com os estímulos sonoros como por exemplo, as batidas do coração, a respiração e o fluir do sangue nas veias, já percebe e se envolve com a sonoridade por intermédio do corpo da mãe. A relação entre a criança e a música após o nascimento continua em processo gradualmente mais efetivo à medida em que à partir de seu nascimento, a criança passa a demonstrar uma atenção especial quanto a tudo aquilo o que é sonoro. Como exemplo podem ser citados, os brinquedos que fazem barulho, as vozes das pessoas, os sons emitidos pelos animais, as buzinas dos carros nas ruas, as músicas, os sons da tv, etc. Com o decorrer do tempo, o envolvimento da criança com a música amplia-se já que, à partir de então, a criança descobre-se capaz de reproduzir através da própria boca, das mãos e também por intermédio de objetos, os sons que lhe propiciam momentos de entusiasmo tal que levam-na a acionar um outro mecanismo de expressão que diz respeito aos movimentos corporais. Assim, a constatação de que a música como algo presente na vida da criança desde a mais tenra idade e de que ela propicia à criança tão importantes experiências de expressão, é um indicador seguro de que ela, a música, possui um grande leque de possibilidades pedagógicas. Tais possibilidades contribuem potencialmente para o ideal desenvolvimento da criança, contemplando os vários aspectos pertinentes à mesma quer sejam, os físicos, os emocionais, os afetivos, os cognitivos/ lingüísticos e os sociais.

2.2 – Na escola

O trabalho com a música na escola, tem sido percebido e reconhecido por inúmeros especialistas em educação, como um importante meio para o desenvolvimento da criatividade das crianças, da capacidade intelectual, da capacidade de interação, da capacidade de expressão e de outras capacidades que são fundamentais para o pleno desenvolvimento do ser. Motivada pela compreensão da importância da música na educação, foi sancionada em 18 de agosto de 2008, pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a lei nº 11.769 que torna obrigatório o ensino da música no Ensino Fundamental e no Ensino Médio. À partir daquela data as escolas teriam três anos para adaptar seus currículos na área de artes. No comentário de Snyders (1992), A função mais evidente da escola é preparar os jovens para o futuro, para a vida adulta e suas responsabilidades. “propiciar uma alegria que seja vivida no presente é a dimensão essencial da pedagogia, e é preciso que os esforços dos alunos sejam estimulados, compensados e recompensados por uma alegria que possa ser vivida no momento presente” (SNYDERS,1992, p. 14). A música sendo um elemento passível de ser compartilhado, promove entre outras coisas, um movimento que na educação, deve ocupar um lugar privilegiado de interação entre os sujeitos. A música traz grandes benefícios ao ambiente escolar tornando-o mais alegre. “ Propiciar uma alegria que seja vivida no presente é a dimensão essencial da pedagogia, e é preciso que os esforços dos alunos sejam estimulados, compensados e recompensados por uma alegria que possa ser vivida no momento presente” (SNYDERS, 1992, p.14). Com base no pensamento do autor, infere-se que a alegria vivenciada no ambiente escolar através da música, propiciará maior fluidez às aprendizagens promovidas pela escola.

3 – A música na Educação Infantil
3.1 – Conhecimento de mundo

O reconhecimento da importância da música para as crianças e para os jovens do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, expande-se também ao nível de ensino denominado Educação Infantil. O próprio MEC através do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI), recomenda a iniciação musical nesta etapa da educação. Neste documento, no vol. 3 intitulado, “Conhecimento de Mundo”, encontram-se os seis eixos de trabalho que facilitam a construção das diferentes linguagens pelas crianças, bem como para as relações que as mesmas estabelecem com os objetos do conhecimento. Dentre os seis eixos de trabalho que são: movimento, artes visuais, linguagem oral e escrita, natureza e sociedade, e matemática, está o eixo música. No referido documento encontram-se descritos individualmente, a concepção de cada eixo, com os seus respectivos objetivos, conteúdos e orientações didáticas. Convém expor aqui, apenas o eixo dois denominado “música”. Quanto à concepção, no RCNEI a música aparece como uma das formas de expressão dos sentimentos, pensamentos e comunicação, se fazendo presente em nossa cultura e devendo por isso ser cultivada na educação pois propicia a interação e a integração. No que se refere aos objetivos, o eixo música visa explorar e identificar os elementos da música para se expressar, interagir com os outros e ampliar seu conhecimento de mundo. Estimular as percepções e expressões de sentimentos e pensamentos por meio de improvisações, composições e interpretações musicais. Já os conteúdos do eixo música, dividem-se em dois blocos: o fazer e a apreciação musical. Para finalizar, as orientações didáticas deste eixo prevê o trabalho com a música na Educação Infantil conduzido sempre de modo que possibilite à criança, o enriquecimento e o crescimento dos diversos aspectos referentes à produção musical. Nesta perspectiva, é fundamental a apreciação de música sem textos, para que a criança possa perceber e sentir os diversos sons e possibilidades de melodias. Compreendidos os ideais propostos no RCNEI, é possível concluir que, se para as crianças e para os jovens dos demais níveis de ensino da educação básica, a inserção da música na escola é considerada como um elemento facilitador das aprendizagens, que resultarão em melhores perspectivas quanto ao presente e ao futuro dos mesmos, para as crianças da Educação Infantil, não é diferente já que, segundo a Declaração Mundial de Educação para Todos (Jomtien, Taylândia, 1990), “A Educação Infantil inaugura a educação da pessoa”. A inserção do trabalho com a música na Educação Infantil, cumpre portanto um papel fundamental na vida dos pequenos do ponto de vista pedagógico, contribuindo conseqüentemente para a formação integral dos mesmos.

3.2 – Numa perspectiva ampla de ensino

É importante saber que o trabalho com a música na Educação Infantil, deve ultrapassar a visão pragmática, utilitarista e imediatista. Ao contrário disso, o trabalho pedagógico com a música na Educação Infantil deve privilegiar as ações educativas numa perspectiva ampla de ensino, perspectiva esta que é própria à construção do conhecimento, no qual a criança é percebida como o sujeito do aprendizado. Tal construção do conhecimento pressupõe entre outras coisas, a fomentação da descoberta por parte da criança bem como da criatividade, da sensibilidade e da capacidade reflexiva. Tais pressupostos são fundamentais ao bom desenvolvimento das crianças numa etapa de suas vidas que certamente exercerá influência sobre as etapas posteriores. “A música e o som, enquanto energia, estimulam o movimento interno e externo no homem; impulsionam-no à ação e promovem nele uma multiplicidade de condutas de diferentes qualidades e graus” (GAINZA, 1988, p.22). A expressão musical como parte integrante da cultura aparece no contexto social e educativo, sendo manipulada pelos sujeitos com o objetivo de comunicar. Desta forma, a música como uma forma de linguagem possibilita a organização das estruturas cognitivas, estabelece diálogos, gera significados, interpreta e reinterpreta a realidade, ampliando portanto as possibilidades dos sujeitos no meio em que vivem. A Educação Infantil, percebendo a criança como construtora de conhecimentos e autora de seu próprio discurso, deve incluir a música em suas propostas de ensino considerando-a como área de conhecimento e possuidora de linguagem própria. O RCNEI justifica esta afirmativa da seguinte forma: “A integração entre os aspectos sensíveis, afetivos, estéticos e cognitivos, assim como a promoção de integração e comunicação social conferem caráter significativo à linguagem musical. É uma das formas importantes de expressão humanas, o que por si só justifica sua presença no contexto da educação, de um modo geral, e na Educação Infantil, particularmente” (BRASIL, 1998c, p.45). Sendo assim, o trabalho o trabalho com a música numa perspectiva ampla, possui uma intencionalidade educativa que possibilita às crianças da Educação Infantil, percepções e sensações em sua relação com o mundo e as diversas áreas do conhecimento, interferindo de forma decisiva na ampliação de suas leituras de mundo.

Conclusão

A música enquanto construção histórica, ocupa lugar de proeminência nos mais diversificados meios sociais. Cada um dos elementos básicos da música relaciona-se à um aspecto humano específico. O relacionamento do ser humano com a música evidencia-se mesmo antes de seu nascimento, no útero materno, por intermédio do corpo da mãe. Após o nascimento, a criança continua interagindo com a sonoridade num movimento que se amplia cada vez mais no decorrer de seu desenvolvimento. A percepção e o posterior reconhecimento por parte de inúmeros especialistas sobre a importante contribuição que o trabalho com a música na escola oferece, no que diz respeito ao desenvolvimento integral de crianças e de jovens, justifica a lei que torna obrigatório o ensino de música nos ensinos Fundamental e Médio. A presente pesquisa que objetivou à priori, descobrir meios de intervenção sobre o primeiro momento da criança na Educação Infantil, auxiliando-a na superação dos conflitos que ali se evidenciam, expandiu-se no que se refere aos resultados que podem ser alcançados através do trabalho com a música na Educação Infantil. Nesse sentido foi possível constatar que o trabalho com a música constitui-se em estratégia cujas perspectivas vão muito além do caráter utilitarista, possuindo então possibilidades de intervenção que além do fazer (utilidade), se relacionam ao ser (constituição integral do ser). No próprio RCNEI, o trabalho com a música encontra-se dentro de um conjunto de seis eixos entitulado de “Conhecimento de Mundo”. O reconhecimento da música como uma das formas de linguagem permite a compreensão de que a construção do conhecimento por ela mediado na Educação Infantil, favorece a espontaneidade, a alegria, a expressão corporal e linguística, a interação, a integração, a constituição de valores e a ampliação das leituras de mundo por parte das crianças. Tais pressupostos atendem ao que se encontra prescrito no capítulo IV das Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil (DCNEI), “As propostas Pedagógicas das instituições de Educação Infantil, ao reconhecer as crianças como seres íntegros, que aprendem a ser e conviver consigo próprios, com os demais e o próprio ambiente de maneira articulada e gradual, devem buscar a partir de atividades intencionais, em momentos de ações, ora estruturada, ora espontânea e livres, a interação entre as diversas áreas de conhecimento e aspectos da vida cidadã, contribuindo assim com o provimento de conteúdos básicos para a constituição de conhecimentos e valores”. Sendo assim, o trabalho com a música supera o limite utilitarista das ações pedagógicas na Educação Infantil, possuindo uma dimensão ampla, repleto de significações e sujeito a inúmeras possibilidades de ressignificações por parte das crianças, os quais futuramente atuarão com grande capacidade de intervenção na sociedade.
BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, MEC/ SEF, 1998.

BRÉSCIA, Vera Lúcia Pessagno. Educação Musical: bases psicológicas e ação preventiva. São Paulo: Átomo, 2003.

Educação – Declaração Mundial sobre educação para todos – Jomtien, Taylândia, 1990. Disponível em: Acesso em 15 de maio de 2011.

GAINZA, Violeta Hemsy de. Estudos de psicopedagogia musical. 3. ed. São Paulo: Summus, 1988.

LEI 11.769.
Disponível em:
acesso em 08 de maio de 2011.

SNYDERS, Georges. A escola pode ensinar as alegrias da música? 2.ed. São Paulo: Cortez, 1992.

Resolução CEB nº 1 de 07 de abril de 1999.
Disponível em:< http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0199.pdf>
Acesso em 15 de maio de 2011.

WEIGEL, Anna Maria Gonçalves. Brincando de Música: experiências com Sons, Ritmos, Música e movimentos na Pré-Escola. Porto alegre: Kuarup, 1988.

Meu Memorial de Formação

Minha Trajetória Acadêmica


É com muita satisfação que apresento o Memorial concernente à minha trajetória acadêmica. Meu nome é Gleice Maria Soares da Rosa, nasci em 05 de agosto de 1967, no município de Angra dos Reis (RJ), mais precisamente, numa das praias da Baía de Ilha Grande, denominada Praia de Provetá.
Minha trajetória acadêmica iniciou-se ao 7 anos de idade no ano de 1974, quando comecei a freqüentar a classe de Jardim de Infância, no Colégio Estadual (CENIAB), atualmente denominado Colégio Estadual Artur Vargas (CEAV), na cidade de Angra dos Reis, RJ. Naquela época a idade mínima para o ingresso das crianças neste nível de ensino era de 6 anos. Entretanto, como o meu registro só foi efetuado um ano após o meu nascimento, minha idade real, para efeito de matrícula foi desconsiderada, acarretando um prejuízo à minha trajetória acadêmica. Tal fato causaram-me alguns constrangimentos pois algumas vezes sentia-me diferente em relação às outras crianças. Contudo, no Jardim de Infância pude experimentar os primeiros contatos com pessoas que não faziam parte de meu convívio familiar, o que me permitiu novas elaborações de comportamentos bem como o estabelecimento de vínculos afetivos com outras pessoas. Além disso, foi o meu primeiro contato com o universo da escrita e da leitura, contato este que era sempre mediado por literatura infantil e por atividades compreendidas por desenhos livres, manuseio de massinhas de modelar, recortes e colagens, e algumas atividades mecanicistas de prontidão, como por exemplo cobertura de pontilhados, entre outras. A comunicação entre a escola e os pais era feita através da caderneta de anotações. A instituição de ensino oferecia naquela época, desde o Jardim de Infância até o 2º grau. Tal instituição pública de ensino era considerada uma referência no estado do Rio de Janeiro. Minha vivência no Jardim de Infância foi marcada por momentos prazerosos de interação com meus amiguinhos e com minha professora Sandra. Foram marcadas também pelos momentos de recreação no parquinho, que era de uso exclusivo dos alunos do Jardim de Infância, e também por festas e encenações teatrais organizadas pelas professoras das duas turmas do Jardim de Infância. Recordo-me que em uma das peças, sobre a páscoa, eu interpretei a Srª coelha. Muito entusiasmada, eu vestia um colã cor de rosa, meia calça branca, calçava sapatilha cor de rosa, tinha o rostinho pintado, usava orelhinhas de papel cartão e rabinho de algodão fixado ao colã. Meu companheiro de cena, o Sr. Coelho, interpretado por um amiguinho chamado Marcelo, num dado momento esqueceu sua fala e em plena cena perguntou-me: O que é que eu falo agora Coelha? Tal ocorrência arrancou risos e aplausos por parte da platéia que era composta por familiares dos alunos e equipe pedagógica da Jardim de Infância. Chegado o fim do ano, foi realizada a formatura do Jardim de Infância. Naquela ocasião, foram tiradas as fotografias dos alunos recebendo os seus diplomas das mãos das professoras. Infelizmente, minha fotografia se perdeu com o tempo, mas eu a trago em minha lembrança como se a tivesse diante de meus olhos. “Falo um pouco dos relatos e das narrativas de forma generalizada. Pois é muito provável que a forma mais natural e mais imediata de organizar nossas experiências e nossos conhecimentos seja a forma narrativa”. (Jerome Bruner)
A recordação sobre minha fase inicial de escolarização bem como a narrativa que ofereço, causam-me a sensação de estar vivendo tudo outra vez e isso é profundamente gratificante à mim.
Chegado o ano de 1975, fui matriculada no mesmo colégio (CENIAB), na 1ª série do antigo primário e ano após ano fui passando para as séries seguintes até a 3ª série, na mesma instituição. Minha experiência até a 3ª série foi permeada por muitas atividades na cartilha, nos livros e no caderno. Tais atividades eram de treinamento e de repetição. Fazíamos muita cópia e cada erro era corrigido pelas professoras com caneta vermelha. Diariamente eram passados exercícios para casa que também eram corrigidos pelas professoras. Era bastante incomum um aluno não fazer a tarefa de casa. Algumas vezes, por insuficiência de tempo, as professoras levavam os cadernos “de casa” para corrigir após a aula. Havia muita rigidez quanto ao uso do uniforme escolar, formação de filas no pátio para o hasteamanto da bandeira e execução do hino nacional. Havia uma inspetora escolar, por nome Aglaer, que era um verdadeiro xerife na escola. Ao ouvir o nome de tal pessoa os alunos procuravam imediatamente corrigir-se para não serem repreendidos e punidos. A punição era variável conforme o comportamento apresentado. Se o “deleito” fosse considerado leve, o aluno era levado à diretoria onde levava uma bronca. Se ao contrário, o “delito” fosse considerado moderado ou grave, os pais eram acionados pela escola e o aluno suspenso ou até mesmo expulso da instituição de ensino. Lembro-me de um colega que certa vez foi parar na diretoria por estar incomodando uma colega. Quase ao final do turno retornou, dizendo que a diretora, Srª Sônia, era boazinha, mas que a inspetora, a tal Aglaer, era muito má. Dentre as Três professoras que tive nos três primeiros anos do antigo primário, recordo-me apenas do nome da professora da 1ª série que se chamava Gilda e era tratada pelos alunos como Tia Gilda. Bastante enérgica, ela possuía um status de excelente docente perante a comunidade. Recordo-me ainda que eu segurava o lápis de um jeito incomum e que tal fato era sempre pontuado pela Tia Gilda como uma desqualificação que precisava ser revertida. Para atender a solicitação da professora quanto a este fato, minha mãe que mal sabia ler e escrever, deu à minha irmã mais velha a árdua e impossível tarefa me “moldar”. Digo que foi uma tarefa árdua e impossível pelo fato de que, apesar das muitas tentativas, até hoje meu manuseio do lápis e da caneta não se modificou. Hoje sei que esta é uma característica que me é peculiar e que a mesma não representa nenhum problema quanto ao aprendizado, porém naquela época era bastante conflituoso pra mim lidar com tal situação.
Findos os três primeiros anos do antigo primário, minha família mudou sua residência para uma vila que ficava num bairro elitizado porém distante do centro da cidade, onde localizava-se o colégio no qual até então eu e minhas três irmãs havíamos estudado. No novo bairro havia uma escola também estadual que recebia da empresa responsável pela vila (Petrobrás), recursos financeiros que proporcionavam à instituição uma qualidade superior quanto ao oferecimento de ensino. Tal instituição denominada Colégio Estadual Leopoldo Américo Miquez de Mello (CELAM), possuía como clientela em sua maioria, os filhos de funcionários da empresa Petrobrás. Minha matrícula nesta instituição foi feita no ano de 1978 na 4ª série do antigo primário. Minha professora chamava-se Lucinéia e minha primeira constatação a respeito dessa nova realidade foi o fato de que ali as professoras não era chamados por Tia e sim por Dona. Foi muito difícil acostumar-me à isto e vez por outra quando eu a chamava de Tia Lucinéia, ela me corrigia imediatamente, o que me causava um certo constrangimento. Além disso a professora tinha uma implicância comigo e com outra aluna (Nívea) por possuirmos cabelos longos, o que despertava nela a sensação de risco quanto ao aparecimento de piolhos em sua classe. Constantemente ela recomendava em tom ríspido que cortássemos o cabelo. Por sentir-me discriminada pela professora, insisti muito até que minha mãe cortou meu cabelo na altura do ombro. Recordo-me do dia em que cheguei na sala de aula, com o cabelo cortado e da reação indiferente da professora. Hoje eu sei que o meu cabelo longo era só um pretexto para aquela despreparada e pouco humana professora demonstrar o quanto a minha presença em sua classe não era bem-vinda. Não sei exatamente o que a fazia pensar assim. Talvez o fato de que o meu pai fizesse parte na empresa (Petrobrás), de um grupo de funcionários menos gabaritado, ao contrário da maioria de seus alunos que eram filhos de profissionais de cargos elevados.
Quanto aos colegas de classe, o relacionamento não era muito diferente pois haviam na classe muitas crianças convencidas de que possuíam superioridade em relação aos demais. Eram comuns as brincadeiras de mau gosto contra os alunos que moravam na periferia da vila mas que estudavam na escola. Lembro-me especialmente de uma menina que sempre brigava na saída da escola pelo fato de não aguentar as provocações. A direção da escola preferia fazer vista grossa, e não interferia no que hoje conhecemos por Bullyng.
A organização da escola era impecável, não faltando nada desde o material didático até os produtos de limpeza e higiene. A manutenção do prédio era feita periodicamente e constantemente eram apresentados na escola, projetos, feiras e festivais de cultura. Mesmo com tanta qualidade, tal escola não foi pra mim um ambiente de construção e ampliação de conhecimentos pois naquele ano enfrentei inúmeras dificuldades de aprendizagem, coisa que até então eu jamais havia experimentado. “É experiência aquilo que nos passa, ou nos toca, ou que nos acontece, e ao passarmos nos forma e nos transforma...Esse é o saber da experiência: o que se adquire no modo como alguém vai respondendo ao que vai lhe acontecendo ao largo da vida e no modo como vamos dando sentido ao acontecer do que nos acontece. No saber da experiência não se trata da verdade do que são as coisas, mas do sentido ou do sem-sentido do que nos acontece... Por isso ninguém pode aprender da experiência de outro a menos que essa experiência seja de algum modo revivida e tornada própria”. (Jorge Larrosa)
A concepção de ensino ainda era a tradicional conteudista. Ao findar aquele ano aproveitei o pedido feito por minhas irmãs mais velhas à nossa mãe, de retornarem à antiga escola no ano seguinte e incluí-me também. Houve uma resistência por parte de nossa mãe que só concordou após saber que haveria um ônibus da empresa que levaria e buscaria os filhos dos funcionários que desejassem estudar no centro da cidade, já que uma boa parte deles passariam a freqüentar instituições particulares de ensino.
Chegado o ano de 1979, retornei à minha antiga escola (CEAV), onde iniciei o nível de ensino denominado na época de ginásio, que corresponde atualmente ao segundo seguimento do Ensino Fundamental. Fui matriculada numa turma da 5ª série e foi um choque bastante significativo pra mim, conviver pela primeira vez em minha trajetória acadêmica com tantos professores num mesmo ano. O desequilíbrio provocado por tal fato me trouxe como conseqüências, inúmeras dificuldades de aprendizagem, nas disciplinas exatas, especialmente em matemática. Minha turma era bastante desinteressada e desordeira. Naquela época, no ginásio já não havia rigidez alguma quanto ao controle dos comportamentos dos alunos. Haviam muitos alunos que freqüentemente pronunciavam palavrões em sala de aula, o que me causava um imenso desprazer em freqüentar a escola. O relacionamento dos professores com os alunos era frio e distante, o que me afetava demasiadamente. Apesar de ter sido promovida à série seguinte ao fim do ano letivo, carreguei para a série posterior muitos déficits de aprendizado, fato este que me prejudicou significativamente nos anos seguintes. Na 7ª série tive uma experiência traumática numa aula de matemática quando um professor de nome Tarcísio me fez passar o maior dos constrangimentos. Tudo aconteceu quando apresentei minha dúvida ao professor após a explicação que o mesmo havia dado sobre um conteúdo novo. Após ouvir minha dúvida, o professor caminhou em direção à porta, apoiou um de seus braços no portal e chamando a atenção da turma para si, fez uma consideração depreciativa quanto ao QI da autora da dúvida. A autora da dúvida era eu e daquele momento em diante eu não mais apresentava minhas dúvidas, procurando solucioná-las com meus colegas e também na aula particular que freqüentava quando a situação ficava muito complicada. Naquele ano eu passei por uma cirurgia no mês de outubro, o que me afastou da escola por mais de um mês. Ao retornar, em meados de novembro, era já o período das provas finais e por ter perdido muitos conteúdos, acabei ficando de recuperação em matemática. Lembro-me como se fosse hoje do dia em que fui fazer a prova de recuperação. O nervosismo era grande e após o término, o professor Tarcísio pediu-me que aguardasse um instante que ele já me daria o resultado. Eu precisava de 5,0 e tirei 4,9. O professor olhou-me e com toda “segurança” disse-me que poderia dar-me um décimo mas como sabia que eu não tinha base para encarar a 8ª série, ele preferia me reprovar. Foi este o meu único ano de repetência. Fiquei apavorada pois sabia que no ano seguinte o Tarcísio seria meu professor novamente mas para minha agradável surpresa, fui colocada na única turma da 7ª série que teria um outro professor.Ele se chamava Eliezér e era uma pessoa amável e preocupada com seus alunos. Naquele ano não tive dificuldade alguma em matemática e por muitas vezes me responsabilizava por não ter aprendido aos conteúdos no ano anterior. Somente após ter adquirido maturidade, pude ter clareza para perceber que eu não fui culpada e sim vítima.
“ Qual! não posso interromper o memorial; aqui me tenho outra vez com a pena na mão. Em verdade, dá certo gosto deitar no papel coisas que querem sair da cabeça, por via da memória ou da reflexão”(Machado de Assis).
No ano seguinte (8ª série), tive a infelicidade de novamente experimentar muitas dificuldades em matemática. Creio não ser preciso nenhum esforço para deduzir quem foi meu professor nesse ano. Mais uma vez fiquei na zona de perigo porém tive um pouco de sorte e passei para o 2º grau, Atual Nível Médio.
O 2º grau pra mim chegou junto com uma nova fase em minha vida pois eu havia me casado. Educada para ser uma esposa responsável e eficiente, me senti desestimulada quanto aos estudos e assim abandonei a escola logo após o início do ano letivo. Foram três anos afastada da escola sem que me desse conta do quanto isso me era prejudicial. Somente após o nascimento de meu primeiro filho (3 anos após o casamento), é que eu fui começar a perceber o quanto eu estava equivocada quanto a escolha que fiz de abandonar os estudos.
Prometi à mim mesma que o retomaria tão logo fosse possível. Mais quatro anos se passaram e quando eu me sentia em condições de retornar à escola, me descobri grávida outra vez. Tal fato me fez adiar por mais dois anos o meu retorno à escola mas quando finalmente retornei decidi fazer o curso de Formação de Professores que funcionava à noite em um instituição particular chamada Centro Educacional Dinâmico. Minha escolha de estudar a noite foi uma estratégia para conciliar os estudos com os afazeres domésticos e o cuidado aos filhos. Terminei o 1º ano, entretanto a jornada não foi fácil e acrescentado à isso, a dificuldade financeira para custear o ensino particular, me fez desistir de continuar no ano seguinte. Mais dez anos se passaram até que retomei minha trajetória acadêmica e após dois anos concluí o Nível Médio de Ensino, antigo 2º grau fazendo formação Geral na Escola Estadual Nazira Salomão. Este retorno me fez conhecer uma realidade completamente nova pois a escola agora apresentava-se como um lugar de interação no qual os alunos possuíam voz. Os professores se colocavam como parceiros dos alunos e não como superiores aos mesmos. Contudo, os alunos pareciam não valorizar a escola pois mostravam-se indiferentes e desestimulados. Tive excelentes professores, inclusive nas disciplinas exatas. Foi muito gratificante esta etapa de minha trajetória acadêmica pois havia sentido nas aprendizagens. Percebi a transformação positiva no que diz respeito à concepção de ensino pela qual a educação havia passado.
Terminado o Nível Médio, esperei mais três anos pela oportunidade de fazer o vestibular. Eu não sabia ao certo o que iria fazer mas tinha certeza que faria algo pois um grande desejo de avançar se movia em mim. No segundo semestre do ano de 2008 fiz o vestibular para o curso de graduação à distância em Pedagogia pelo CEDERJ , único curso na instituição que se adequava ao meu perfil. Fui aprovada e o primeiro dia de aula foi exatamente o dia em que completei 41 anos de idade. Foi um presente valioso e desde então tenho aprendido muito com meu tutores, com meus colegas de curso e também, através das leituras sobre todo o arcabouço teórico do curso. Além disso, as práticas, como os seminários, os estágios, as palestras, as visitas docentes, e os cursos de extensão (extra-curriculares), que são também necessários e úteis à formação docente, muito tem contribuído para o meu crescimento intelectual e humano. Minha vivência na instituição, ensinou-me uma coisa em especial que intuitivamente eu até desconfiava: Dentre as muitas expectativas dos alunos em relação à escola, a mais importante delas é a de serem percebidos, amados e valorizados indiscriminadamente. Com a Pedagogia tenho aprendido que a educação só cumpre o seu papel à medida em que prepara os sujeitos para a devida atuação dos mesmos na sociedade. Tal preparação só se efetiva quando os sujeitos são vistos pela escola como quem tem contribuições à oferecer. Posso dizer que estar numa Instituição de Ensino Superior pra mim é uma conquista extremamente importante, que procuro valorizar ao máximo, dedicando o meu tempo e o melhor de mim. Amo o que faço e espero brevemente poder contribuir para que a educação de nossas crianças e de nossos jovens e adultos seja uma educação que venha a proporcionar aos mesmos as condições necessárias para que eles possam promover outras e novas transformações na escola e na sociedade.
Devo concluir meu relato dizendo que apesar das dificuldades e das descontinuidades relacionadas à minha trajetória acadêmica, a representatividade da mesmapara a minha vida é algo impossível de ser omitido mas digno de ser pontuado.



BIBLIOGRAFIA


ASSIS, Machado. Memorial de Aires Obra completa. Rio de Janeiro: Editora Nova
Aguilar, 1965, pp. 1 095-1 200, v. I.

BRUNER, Jerome. A cultura da educação. Porto Alegre. Artmed Edtora, 2001.

LARROSA, Jorge. Pedagogia profana: danças, piruetas e mascaradas. 3ª ed. Tradução de Alfredo Veiga-Neto. Belo Horizonte; Autêntica, 2000.

meu pré-projeto de monografia

Planilha para o desenvolvimento do pré projeto de Mongrafia




Tema:

Alfabetização: o conto de fadas como mediador do processo de construção da leitura e da escrita.

Objetivos:

- Identificar o papel ativo exercido pelas crianças quando expostas à textos literários como os contos de fadas, antes mesmo da apropriação da leitura propriamente dita.
- Refletir acerca da mediação dos contos de fadas na fase inicial da leitura e da escrita das crianças.
Justificativa:

A dificuldade enfrentada pela escola em alfabetizar as crianças, torna necessária a adoção de perspectivas diversas que possam estabelecer o diálogo entre as crianças e o universo da leitura e da escrita. “Não se ensina ou não se aprende simplesmente a ler e a escrever, aprende-se uma forma de linguagem, uma forma de interação, uma atividade, um trabalho simbólico” (SMOLKA, 2008, p.60). A afirmação da autora propicia várias reflexões a respeito do processo de aquisição da leitura e da escrita e do quanto esse processo necessita ser percebido pela escola como algo dinâmico, do qual os sujeitos do aprendizado participam como construtores.
O êxito no processo de alfabetização ocorrerá se as aprendizagens promovidas pela escola possuírem significados para os educandos e caminharem lado a lado com os interesses próprios ao universo dos mesmos. Os aspectos pertinentes ao conto de fadas dentre os quais a fantasia, possuem estreita relação com o universo infantil, o que torna tal texto literário um precioso mediador do processo de construção da leitura e da escrita.
Esta pesquisa pretende evidenciar a importância da construção de um processo de alfabetização que estimule as crianças quanto à aprendizagem, apresentando o conto de fadas como uma excelente perspectiva a ser explorada pela escola.
Como referências utilizarei autores como: COELHO (1987), FERREIRO (1985), REGO (1990), SMOLKA (2008) e TEBEROSKY (1985).

Metodologia:

A metodologia do trabalho de pesquisa será exclusivamente a pesquisa bibliográfica. Tal procedimento de investigação explora o trabalho de autores que abordam o tema, visando com isso um aprofundamento do estudo para uma melhor compreensão dos aspectos teóricos que permeiam o assunto investigado.
De acordo com GIL (1994, p.71), “A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente”.
A pesquisa bibliográfica oferece ao trabalho do pesquisador, subsídios consistentes quanto ao assunto investigado gerando excelentes condições para que o mesmo organize e desenvolva seu trabalho com segurança. Desta forma, a pesquisa bibliográfica constitui-se uma metodologia de alta confiabilidade e capaz de promover a ampliação das concepções iniciais do pesquisador quanto ao tema investigado.

Cronograma:

De junho de 2011 à agosto de 2011: Levantamento prévio das bibliografias.
De setembro de 2011 à janeiro de 2012: Leitura crítica com os apontamentos necessários, das bibliografias.
De Fevereiro de 2012 à julho de 2012: Elaboração e conclusão final do trabalho de pesquisa.

Referências bibliográficas:

COELHO, Nelly Novaes. O conto de fadas. São Paulo: Ática, 1987.

FERREIRO, E. e TEBEROSKY, A. A psicogênese da língua escrita. Porto Alegre, Artes Médicas, 1985.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 1994.

REGO, L.L.B. Literatura infantil: uma nova perspectiva da alfabetização na pré-escola. São Paulo, FTD, 1990.

SMOLKA, Ana Luiza Bustamante. A criança na fase inicial da escrita: A alfabetização como processo discursivo. 12ª ed. São Paulo: Cortez, 2008.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Educação de qualidade: Educação sem violência

A escola do passado onde os alunos eram muitas vezes castigados fisicamente, é para nós que vivemos o tempo presente, algo inaceitável. Há porém que se refletir sobre outros tipos de violência ainda cometidas pela escola contra os alunos. Infelizmente são muitas as situações de constrangimento pelas quais muitos alunos passam no cotidiano escolar. A escola que deveria ser sempre o lugar de motivação ao respeito mútuo, pelo despreparo e insensibilidade de muitos profissionais e principalmente dos governantes, acaba muitas vezes constituindo-se num mau exemplo a ser seguido. Como pretender que alunos que já vivenciam tantas circuntâncias que favorecem à violência fora do ambiente escolar, asumam uma postura diferente se a própria escola, lugar de construção de conhecimento também a reproduz? Alguém poderia perguntar: mas afinal, de que tipo de violência estamos tratando? A resposta não é simples sendo até difícil enumerar. Além de situções onde os alunos são expostos ao vexame através de palavras pronunciadas contra os mesmos, que machucam até mais que castigos físicos pois destroem sua auto-estima, há todo um conjunto de ações que também se constituem atos de violência. Como não considerar violência um sistema de ensino excludente onde a maior parte dos alunos, os pertencentes as camadas populares, não são respeitados à medida que os planejamentos pedagógicos não atendem às suas reais necessidades? Há uma grande distância entre oferecer o acesso irrestrito de alunos à escola e criar-se condições verdadeiramente favoráveis para que esse acesso resulte em sucesso no sentido de contribuir para a construção da consciência crítica e reflexiva dos alunos possibilitando aos mesmos sua inserção ativa na sociedade. Diante de tal realidade resta-nos mobilizarmo-nos enquanto participantes da sociedade, pela superação de tal perspectiva sabendo ainda que num futuro muito próximo estaremos engrossando as fileiras dos muitos profissionais da Educação que diariamente não economizam esforços no sentido de oferecer aos alunos tudo quanto eles têm direito: Educação de qualidade, Educação sem violência.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Quanto tempo você tem dedicado aos seus filhos?

Nosso tempo: Um bem precioso para nossos filhos



Um indivíduo estava atravessando uma fase de muito trabalho na empresa. Chegava a trabalhar até quinze horas por dia, saía do escritório de madrugada. Um dia chegou em casa e ligou a televisão para assistir ao noticiário. Dali a pouco seu filho aproximou-se e pediu: “Pai, vamos brincar?” E o pai, sem tirar os olhos da televisão, disse: “Filho, eu estou ocupado, você não está vendo? Vá brincar com seu irmão”. Obediente, o menino saiu.

Passados alguns minutos, ele voltou e perguntou: “ Pai, quanto você ganha por hora de trabalho?” Chateado, o pai respondeu: “Filho! Já não falei que estou ocupado, que estou assistindo ao jornal? Vá brincar com seu irmão, converse com sua mãe, não me dê trabalho porque agora estou ocupado”. O menino saiu e, depois de um tempo, voltou e perguntou novamente: “ Pai, quanto você ganha por hora de trabalho?” Desta vez, o pai explodiu: “Você não tem educação? Não tem respeito por seu pai, que trabalhou o dia inteiro e está cansado? Cale a boca! Vai dormir hoje sem jantar, e fique quieto senão vou lhe dar uma surra!”

Apavorado, o menino subiu para o quarto. Quando terminou o telejornal, o pai se deu conta do quanto tinha sido injusto com o filho, que afinal, só queria brincar e ficar com ele. Correu até o quarto, abriu aporta e viu que o filho já estava dormindo. Aproximou-se da cama e notou a fronha ainda molhada pelas lágrimas do menino. Sentiu o coração apertar. Tocou no garoto e disse: “ Filho, acorde para a gente jantar”. O menino acordou assustado e pediu: “Pai, por favor, não me bata. Eu vim dormir como você mandou”. Aquela resposta comoveu ainda mais o coração do pai, que, comovido, disse: “Filho, desculpe o papai. Eu estou com muitos problemas no trabalho e acabei descontando em você. Que não tem nada a ver com isso. Eu tenho de arrumar tempo para a gente brincar. Ficar mais tempo juntos, aproveitar a vida. Vamos descer e jantar juntos, quero conversar com você e saber como foi o seu dia”. E o menino, feliz, perguntou: “ Pai, quanto é que você ganha por uma hora de trabalho?” Ele pensou, fez as contas e respondeu: “Olha, filho, eu ganho dez reais por hora de trabalho”. O menino encarou o pai e pediu: “Pai, me empresta três reais?” Com aquela culpa toda, o pai pegou três reais e deu para o filho. O menino, então, tirou do bolso da bermuda um monte de notas e moedas, empilhou-as na mão e estendeu-as ao pai dizendo: “pai, aqui tem dez reais, você vende uma hora do seu tempo pra gente brincar juntos?”




Trecho extraído do livro: O sucesso é ser feliz/ Roberto Shinyashiky – São Paulo: Editora gente, 1997

sexta-feira, 14 de maio de 2010

UM POUCO DE LITERATURA

As formas do amor

Você é linda e ainda é pouco; impossível definir-te com a singularidade das palavras;
Mas como cantam os Bee Gees: o que fazer, se eu tenho só palavras pra conquistar você?
Você é isso, mais que "Amor Platônico" Ou ideal Perfeito; acima de "Amor Original"
ou reciprocidade em que o Amor recai sobre a pessoa amada, em sua permissibilidade em amar.

Nosso Amor também é "Eros" pela forma linda e indescritível com que nossos corpos se atraem e
se completam. Nosso Amor também é "Pragma"; é prático e sempre espera a troca de afeto.
Em "Fhilia", Nosso Amor é dedicação ao outro, quando se pode dizer: te fazer feliz, me faz feliz.

Entretanto, em "Storge" amizade, Nosso amor se define; aqui cultivamos nosso afeto que se torna duradouro, estável, sereno...
Temos prazer na afetividade, no companheirismo, na fidelidade e na sinceridade, nos tornamos Grandes amantes, cúmplices, onde cada dia é um lindo momento de amar.